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Neste mês da mulher, conheça iniciativas trabalhadas durante todo o ano pelo DCM

Neste mês da mulher, conheça iniciativas trabalhadas durante todo o ano pelo Departamento de Cardiologia da Mulher da SBC



O 1º Congresso de Cardiologia da Mulher se aproxima e está em concordância com outras ações que colocam o foco no risco cardiovascular da mulher


Ao longo das últimas décadas a doença cardiovascular foi reconhecida como a principal causa de morte entre as mulheres. Certos momentos do ciclo biológico feminino representam potenciais riscos para tais doenças. O assunto, cada vez mais, tem sido tratado com a devida relevância que exige.


Prova disso são iniciativas que vêm sendo promovidas pelo Departamento de Cardiologia da Mulher (DCM) da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), como a realização do 1º Congresso de Cardiologia da Mulher e a divulgação do Posicionamento sobre a Saúde Cardiovascular nas Mulheres, que aconteceu ano passado durante o 77º Congresso Brasileiro/Mundial de Cardiologia.


Continue lendo para saber mais sobre ações voltadas para a saúde cardiovascular da mulher.


As especificidades da doença cardiovascular nas mulheres


Maria Cristina Costa de Almeida, presidente do Departamento de Cardiologia da Mulher (DCM) da SBC ressalta a importância de, finalmente, o foco ser colocado na saúde cardiovascular da mulher, que sofre com complicações de doença cardiovascular tanto quanto os homens.


“A principal causa de morte por doença cardiovascular nas mulheres é isquêmica coronariana, que muitas vezes não chega a ser diagnosticada”, explica.


A doença isquêmica coronariana na mulher muitas vezes não é identificada no exame de cateterismo, o que contribui fortemente para um cenário de subdiagnóstico e subtratamento.


Fator importante para isso é a tendência de veias coronárias mais finas em mulheres, que podem ter mais espasmos e mais doenças de microcirculação, além de muitas vezes não ser detectados no cateterismo. Um exame normal não é garantia de que a mulher não sofra de doença isquêmica coronariana e tenha o risco cardiovascular aumentado por conta disso.


Uma mudança de paradigma em diferentes frentes é fundamental


Maria Cristina ressalta que a ausência de medidas e ações voltadas para as mulheres não está somente na área clínica, mas também no meio científico.


“A mulher é subtratada, subdiagnosticada e sub estudada. O número de mulheres em grandes trials geralmente é bem menor. Atualmente tem havido uma mudança nisso, mas o cenário geral aponta para uma falta desse protagonismo feminino”, afirma.


São diversos os fatores de risco para doença cardiovascular na mulher em situações que não acometem os homens. Na menopausa, a mulher perde a proteção do estrogênio, hormônio que desempenha um importante papel na saúde do endotélio vascular, área onde se formam as placas de gordura no coração.


Ao longo da idade reprodutiva, a mulher também enfrenta situações delicadas quando falamos de risco cardiovascular.


“A pré-eclâmpsia ou eclampsia na gravidez é um fator específico. Uma mulher mais velha que sofreu com a complicação na gestação possui maior risco cardiovascular do que aquelas que não tiveram a condição”, explica Maria Cristina.


A endometriose e a síndrome do ovário policístico também são fatores exclusivos da mulher, que devem ser diagnosticados e acompanhados com atenção, não somente pela área da ginecologia mas também pela cardiologia.


Todos esses fatores estão explicados com maiores detalhes e dados no Posicionamento divulgado em 2022, que reuniu dezenas de profissionais e foi publicado na ABC Cardiol, periódico mensal da SBC.


O Congresso de Cardiologia da Mulher se aprofunda no tema de forma inédita


Outra iniciativa importante é o primeiro Congresso de Cardiologia da Mulher, no qual Maria Cristina vem trabalhando para tornar viável há mais de um ano, desde quando assumiu a presidência do DCM.


“O evento só se tornou possível por meio da ação do nosso Departamento junto com outros que estudam a saúde da mulher”, ressalta a presidente.


Maria Cristina cita e agradece a colaboração de outros departamentos da SBC e sociedades que estão envolvidas na realização do Congresso. São eles o Departamento de Ergometria, Exercício, Cardiologia Nuclear e Reabilitação Cardiovascular (DERC), Departamento de Imagem Cardiovascular (DIC), Departamento de Insuficiência Cardíaca (DEIC), além da Sociedade de Arritmias Cardíacas (SOBRAC), e da Sociedade Brasileira de Hemodinâmica e Cardiologia Intervencionista (SBHCI).


“O Congresso vai ser muito importante para a sociedade, temos buscado fazer um evento que tenha impacto não só na comunidade médica, como na população leiga”, diz Maria Cristina.


O 1º Congresso de Cardiologia da Mulher acontece entre os dias 19 e 20 de maio, em São Paulo, no Shopping Frei Caneca. A data foi escolhida pela proximidade com 14 de maio, Dia Nacional de Conscientização da Saúde Cardiovascular da Mulher, proposto na Lei nº 1.136/2019, aprovada em 2022.


Um novo documento será lançado no Congresso, como Maria Cristina adianta. É o Posicionamento de Doenças Aterotrombóticas: a mulher no centro da atenção.


“Vamos falar sobre a diferença da doença isquêmica coronariana na mulher comparada ao homem. A questão de mais espasmos, veias mais finas, mais risco de doenças de microcirculação… tudo isso vai ser trabalhado nesse documento junto com outros departamentos que estudam a mulher”, adianta Maria Cristina.

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